quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Haut Marais

Muito tem se falado do Haut Marais (Alto Marais), bairro de número 3 (para quem não sabe, Paris é dividida em 20 bairros que portam seus números de acordo com sua proximidade com o centro da Cidade, o Museu do Louvre). É no Haut Marais que ficava a antiga prisão do Temple, que foi construída em 1240 e abrigou o rei Luis XVI e a rainha Maria Antonieta em 1792 e 1793. A prisão começou a ser destruída em 1808, por ordem de Napoléon Bonaparte, e foi construído no local o atual prédio da prefeitura do bairro e a Place du Temple. Hoje, a região é conhecida pelo nome da estação de metrô mais próxima, Temple

Aos poucos, o Haut Marais foi se tornando um dos bairros mais descolados e boêmios da cidade. O bairro começa logo acima da rue des Francs Bourgeois, rua de comércio bem conhecida no bairro Marais, de número 4. Seguindo pela rue Vieille du Temple, logo se percebe o clima boêmio do bairro. Com muitos bares e restaurantes, a rua está sempre cheia. Os restaurantes Des Gars dans la Cuisine e o Glou são boas opções para quem tem tempo de sentar e aproveitar o ambiente. No número 78, encontramos o bar La Perle, onde no início do ano o estilista John Galliano falou demais e acabou na delegacia. Não que esta pessoa seja razão para frequentarmos o bar, mas na verdade, ele estava neste bar porque trata-se de um local frequentado pela galera da moda, de cinema... 

Mais acima, na rue du Perche, estão concentradas boa parte das galerias de arte da região. Continuando na Vieille du Temple, passamos para a parte das lojas de roupa, onde diversas lojas estão instaladas, como a Vanessa Bruno, Surface to Air (loja que tem filial em São Paulo), American Apparel, The Kooples, Zadig & Voltaire, FrenchTrotters... Quem gosta de fazer bijouterias e trabalhar com metal não deve deixar de passar na Weber, na esquina com a rue de Poitou. Desviamos à esquerda, na rue de Poitou para alcançarmos na rue Debelleyme, um dos melhores bistrôs bio de Paris, já falado por aqui, o inglês Rose Bakery 

Chegamos, enfim, na rue de Bretagne, rua dos floristas, dos queijos, dos azeites, dos mercados, da livraria, resumindo, rua da perdição! Vale a pena passar horas entrando em cada lojinha ou em cada barraca do Marché des Enfants Rouges, no número 39. Para descansar e tomar um café a boa opção é o Café Charlot. No fim do passeio, chegamos na Place du Temple. Virando à direita na rua entre a praça e a prefeitura do bairro, rue Eugène Spuller, chegamos na rue Dupetit-Thouars, rua cheia de cafés e restaurantes simpáticos. Destaque para a livraria Ofr, no número 20, para a sorveteria italiana Mary e para o café Merce and the Muse, ambos na rue Dupuis, número 1 e 1 bis. 

Se retornamos por um outro caminho encontramos novos restaurantes, novas lojas, novos cantinhos... Pegamos a rue Charlot e na esquina com a rue de Turenne nos deparamos com a confeitaria de Jacques Genin, que mais parece uma joalheria. Mais abaixo, no número 77, encontramos a loja de vintage mais charmosa do bairro, Mon Amour. Viramos na rue de Normandie e, em seguida, na rue Saintonge, onde no número 52 podemos degustar a verdadeira comida mexicana no recém aberto Candelaria. O micro restaurante abriga uma surpresa no fim da cozinha (no fim da cozinha mesmo), um bar secreto que funciona até às duas da manhã nos fins de semana. Se continuarmos na rue de Normandie, chegamos na rue de Turenne e, em seguida, viramos a esquerda na rue de Poitou até chegarmos na boulevard des Beaumarchais, onde, no número 111, está localizada a famosa loja de roupas e artigos para casa, Merci. A loja é incrível e merece ser visitada. A novidade é a pizzaria Grazie que foi aberta no número 91 pelo filho da idealizadora da Merci. O bom gosto vem de família.


Se der vontade de dormir e acordar no bairro, diversas são as opções de hospedagem. Para os mais jovens, um hotel com cara e preço de albergue muito bem localizado é o Hotel Picard. Outra opção também em conta é o My Hotel in France. Quem puder gastar mais e quiser mais conforto, pode optar pelo Hotel du Vieux Saule, Hotel des Archives, Hotel Molay ou pelo conceitual Hotel du Petit Moulin, decorado pelo estilista Christian Lacroix. Uma boa opção para ver de perto a vida de uma família parisiense é se hospedar na Maison d'Hôtes Bonne Nuit Paris.

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